2007-02-09

Não!

Estou sinceramente convencido que o sim conseguiu angariar a maior parte dos seus apoiantes não pela força dos argumentos ou da razão, mas sim porque ser a favor do aborto livre é, nitidamente, mainstream. Existe uma convicção residual (sorrateira e lentamente induzida) que liberalizar o aborto representa evolução, progresso e tolerância. Tenho para mim que é exactamente o contrário. Vivemos num mundo que, cada vez, mais defende o valor vida em qualquer forma que ela assuma. Penso que o futuro nos mostrará quão certos estamos ao defender a integridade da vida intra uterina, do feto ou do embrião. Da exacta maneira que penso que o futuro nos elucidará sobre a impossibilidade de existência de um ser divino, omnisciente e omnipresente qualquer que seja a forma que este, pretensamente, revista. Que a fé que anima as pessoas a crerem em religiões ou misticismos mais não é que uma necessidade física e intelectual com tendência a esbater-se. Mas, apesar de tudo, não deixo de acreditar que é preciso acreditar. Acreditar no Homem e na Mulher. Acreditar na inteligência, na sapiência e acima de tudo na excelência. Acreditar que nascemos para ser felizes, mas que para o conseguirmos temos que auxiliar os outros a serem também felizes. Acreditar que, muitas vezes, o que faz de nós melhores seres humanos é lutar por aqueles que o não conseguem fazer. E é, exactamente, isso que vou fazer domingo. Vou lutar por alguém que não se pode defender. Vou votar NÃO.